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Desejo-te mais que Eva o fruto proibido,
Vejo-te até de olhos fechados ,
Ouço-te entre tempestades e raios que Zeus lançou,
Sinto-te mesmo quando a distância que nos separa é maior que um passo de corrida de Adamastor
Rabisco vorazmente a folha de papel de um branco outrora tão puro, quase comparável a uma virgem de olhar inocente e sonhos que só existem nas fábulas e mundos de encantar ,onde a Leopoldina diz haver reis, princesas, dragões, heróis de banda desenhada e outras personagens engraçadas como o Sreck e o Burro , uso apenas o meu lápis de carvão, vou dando forma numa policromia que preenche o meu mundo, que é como quem diz o papel, apenas a preto e branco, criando figuras, objectivas ou mais esbatidas e confusas, ausentes de significado ou exponencialmente significativas no que toca a possibilidade de pluralismo interpretativo, vou esborratando tudo porque faço uso recorrente a uma borracha manhosa, que sempre que apaga deixa marcas inconfundíveis, mostrando-me que não posso apagar tudo o que quero, e escrever de novo sobre a folha de papel inconfundivelmente limpa, que as coisas deixam raízes com profundidade e extensão variável, cabe a mim saber se alimento as raízes para que a árvore cresça saudável e dê frutos ou se as deixo secar e a faço morrer num sofrimento cruelmente lento e doloroso, posso sempre tentar encontrar uma borracha com goma de melhor qualidade mas teria que analisar igualmente a composição do papel, a sua origem, proveio de uma árvore de estrutura forte ou de uma ténue sem equilíbrio aparente, da sua interacção com a grafite do meu lápis de carvão, cabe a mim concluir que uma variável só não chega, é preciso um ‘n’ suficientemente grande , uma boa recolha de amostras livre de erros pragmáticos, e um bom intervalo de segurança, no que toca a papel , riscos e rabiscos sou um desastre!