terça-feira, 16 de novembro de 2010

Adeus Primavera!



Já não és A agulha do palheiro,
Somente uma palha entre tantos fardos
Não há spike, strike ou bullzai,
Porque nem sequer há bola, alvo ou dardos!

Já não há banquetes de emoções,
Apenas dieta a pão e água,
Não há óasis, contos de fadas ou heroís,
Porque não há sonhos quando estou acordada;

Foram-se as flores e verdes prados,
Veio o frio e a neve,
Adeus borboletas dos ventres e formigas
Até qualquer dia!

domingo, 26 de setembro de 2010

Pedaço de Céu!



Olhei para dentro de mim como já há muito não fazia, de sorriso amarelo o conjunto de nadas outrora mais que ‘tudo’ acenou de volta. Até ali havíamos passeado de mãos dadas pela rua, vivido numa bolha longe do resto do mundo, longe de ser conto de fadas, apenas um pretérito perfeito constante e profundo. Havia varrido qualquer outro tempo verbal para debaixo da cama, para dentro do armário ou para um quarto escuro. Eufemismos à parte e dei por mim no interior de um cubo de ‘rubik’ completamente desalinhado, uma cela de paredes invisíveis onde o sol nasce por detrás de grades feias e sombrias na esperança de um gesto de liberdade.

Um 'tic tac' desesperado de um relógio de cabeceira ecoa tortuosamente no interior da nossa cabeça, lembrando-nos que o tempo não pára. Depois de uma Primavera cheia de tardes de aromas florais, um Verão quente e vivo, um Outono arrefecido e um Inverno que traz na manga dilúvios e furacões!Se não nos protegermos devidamente o caos apodera-se de nós! Viver numa estação que já terminou, por mais apelativo que seja, traz consequências avassaladoras.Sortudos os dos países tropicais !

A nostalgia cega os seus enamorados, fá-los esquecer da lua e das estrelas só porque passam a noite demasiado ocupados com lágrimas e lamurias de um sol que se escondeu entre as colinas. Há muito mais por aí do que possamos imaginar, quantos planetas, galáxias e seres mágicos envolventes! Um mundo inteiro fora da nossa janela, uma brisa suave que traz um aroma doce nos seus cabelos e nos sussurra esperança ao ouvido.

Toda a gente fala de mudança, de um novo dia, da necessidade de explorar novos caminhos, de deixar para trás memórias e enterrar o baú de recordações bem fundo. Porque o ser humano teima em guardar só o que é bom de guardar, não se torna tarefa fácil. É preciso guardar também as coisas más, não para sofrer de novo mas para ser capaz de perceber que já se sofreu o suficiente! É preciso tentar! É preciso criar, crescer, amplificar e guardar novas coisas dentro de nós, fazer mais e maior, ser mais e melhor, voar livre e quem sabe mais longe e mais alto!

Acreditava que cada pessoa tinha uma espécie de luz dentro de si, aquela luz que faz de alguém um ser especial,diferente! Hoje não sei se extinguiu ou se simplesmente já há quem nasça sem ela…Tudo o que sei e apenas por agora é que quero acreditar que ainda há alguém por aí que a guardou bem no fundo dentro de si e tem o suficiente para poder partilha-la =)

sábado, 3 de julho de 2010

Confissões de uma alma perdida!


Durante muito tempo fui caminhando de cabeça baixa, olhar perdido entre memórias distantes que teimava em avivar. Ilusão, foi apenas o que restou, camuflara-se insolentemente sobre a forma de esperança. Passeava-se vezes sem conta em frente dos meus olhos vidrados, vaidosa do seu efeito hipnotizante no mais profundo do meu ser. Até que um dia, dia esse que poderia ser igual a tantos outros, a ilusão fez mais que balançar-se diante de mim e abraçou-me novamente nos seus braços fortes fazendo-me sentir segura e levando-me a crer que se tratava de algo mais. Na realidade ela era a mesma de outrora, aquela que eu já havia conhecido e prometido a mim mesma não mais voltar a encontrar. Bastara apenas um anzol, uma pequena minhoca indefesa como isca para que fosse pescada feita peixe imbecil!! Como qualquer outro disfarce ou fantasia, na verdade, a verdade acaba sempre por dar a cara e vir ao de cima, ainda que tarde, tem necessidade de abastecer as botijas de oxigénio à superfície do vasto mar que nos acolhe a alma. Chamo-lhe mar não com o intuito embelezar esta modesta confissão, apesar da sua beleza indiscutível e calma aparente que é capaz de nos transmitir, acolhe nas suas profundezas inúmeros segredos, tal e qual como a alma.

De nada me vale culpar o pescador, muito menos a pobre minhoca… aquele pequeno peixe poderia simplesmente continuar a nadar sem parar para contemplar o que aparentava ser um presente de Neptuno. O peixe em questão virou sushi, sem direito a final feliz, pelo menos para ele, certamente muito mais feliz foi quem saboreou a refeição.

Se lhe fosse dada uma nova oportunidade e aquele o peixe pudesse voltar a viver, ele saberia agora não mais poder voltar a cair no mesmo erro, caso reencarna-se sob a forma de pássaro, saberia ainda que apesar de não existirem anzóis ou tubarões no céu, há águias e outros perigos!

De hoje em diante, caminharei de cabeça erguida encarando o céu de sorriso nos lábios! Que apenas os raios de sol me iluminem o rosto, os demais atingirão o escudo que coloquei em frente ao peito!

É uma promessa :)

sábado, 15 de maio de 2010

Mundo Bipolar!


Já fui à lua e vi as estrelas mais perto,
Já me atirei nos braços da pura ilusão,
Já julguei na certeza o que era incerto,
Fui barra de ferro quando era bola de sabão.

Já corri sobre a relva molhada de pés descalços,
Já me enchi de coragem e mergulhei de cabeça,
Já senti a força do Mundo nos meus braços,
Fui puzzle completo e sem a última peça.

Já dancei com os anjos nas nuvens do paraíso,
Já ardi na fogueira da dor do inferno,
Já joguei no premeditado e no improviso,
Fui ser vivo com alma de presa e predador.

Já fui rainha num 'checkmate' ao rei,
Já perdi batalhas como seu soldado
Já fui balança equilibrada e já balancei,
Entre um filme de terror e um desenho-animado.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Noite


Aproxima-te, sorri,

Dá-me a mão,

Abraça-me forte,

Enrosca-me e embala-me em ti.


Chama os sonhos,

Beija a fantasia no rosto,

Traz contigo as estrelas,

Acende-as só para nós,



Sopra com força o mal e a dor,

Sara as feridas abertas,

Leva para longe os Monstros maus,

Livra-te do rancor que nos acerca.


Guarda os meus segredos,

Não me deixes só,

Não é do escuro que eu tenho medo,

É do resto do Mundo.

segunda-feira, 29 de março de 2010

Peter Pan


Vim num sussurro do vento,
Pousei na pétala de uma flor,
Senti o toque do teu cheiro,
Reguei e colhi o nosso amor

No calor dos teus braços,
Embalei-me ao som da lua,
Entre troca de olhares cúmplices,
Pus a minha mão sobre a tua

Fizeste parar ali o tempo,
O tempo olhou para nós,
E bem baixinho, disseste-me ao ouvido,
-Sininho, ao teu lado o Paraíso é um menino!

Para sempre o teu Peter Pan!

domingo, 14 de março de 2010

Um dia vou a Marte



Um dia vou pilotar um avião,

Olhas para o céu,

E és nuvem só para me ver passar.


Um dia escrevo um livro e ganho um Nobel,

Faço de ti herói,

Espalhas o bem e prendes os vilões.


Um dia faço uma droga e dou-lhe o teu nome,

Curas tudo que dói,

Trazes de volta os sorrisos perdidos.


Um dia faço um castelo de sonhos,

Reino de olhos fechados,

Faço de ti meu príncipe encantado.


Um dia dedico-te uma canção de amor,

Sobes comigo ao palco,

E cantamos junto o refrão.


Um dia dou-te uma estrela,

Não brilha como tu,

Mas ilumina-me o caminho para te encontrar!


Um dia vou a Marte

E tu a mim também!